Os chamados “green bonds” ou “títulos verdes” são em sua definição títulos de crédito voltados ao financiamento de projetos sustentáveis e que cada vez mais se mostram uma ótima alternativa para países endividados. Eles permitem uma união de interesses, associando uma solução econômica e o auxílio a programas voltados a garantir um futuro melhor para o planeta.
Em 2020, Justine Leigh-Bell, Diretora-Executiva da Climate Bonds Initiative (CBI), comentou em uma palestra para o TEDx sobre o despreparo da humanidade para as mudanças climáticas e a necessidade de medidas imediatas. De acordo com ela, nos últimos dez anos o mercado de títulos verdes caminhou de US$ 3 bilhões para quase US$ 1 trilhão. Para Justine, “Esta é uma grande oportunidade diante de nós porque temos acesso ao capital que nunca tivemos antes para financiarmos essa transição urgente que devemos fazer. Uma transição que trará resiliência e um futuro com menos carbono para a humanidade. E o mais importante, uma melhor integração dos nossos recursos naturais, mais responsabilidade, cuidado e uma gestão sustentável do meio ambiente”.
Em 2019, a Climate Bonds Initiative (CBI) publicou um relatório referente às oportunidades de investimentos de estruturas verdes na América Latina e Central. De acordo com o documento, os países dessas regiões ainda têm uma taxa de emissão de green bonds baixa, mas há um enorme potencial.
No Chile, por exemplo, os investimentos dos títulos verdes são voltados para o transporte, especialmente ônibus elétricos. O Chile é o maior país da América Latina nessa categoria e o segundo maior país do mundo, ficando atrás apenas da China. O México, apesar de ter um mercado de títulos verdes menor, tem o maior número de tipos de emissores de carbono da América Latina. Cerca de 82% das reservas foram aplicadas em energia renovável. Países como Argentina e Peru têm recursos investidos principalmente em energia limpa.
O Brasil ainda é o país que mais se destaca com capacidade de gerar mais de US$ 1 trilhão nos setores de energia renovável, infraestrutura urbana, transportes públicos, gestão de recursos hídricos e de resíduos. Em setembro de 2020, a CBI em colaboração com Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) do Brasil assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) que impulsiona a emissão de títulos verdes no país, atraindo novos investidores e oportunidades. “O Brasil trabalha de uma forma intensa na questão de uma nova estrutura verde, que tem, sem dúvida nenhuma, um viés de sustentabilidade e governança. Temos interesse em nos aprofundarmos nessa área”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, na ocasião.
De acordo com a agência Bloomberg, os títulos verdes podem mudar a economia europeia por conta do fortalecimento do euro. Diversos países emitiram greenbonds durante o ano de 2020, entre eles Suécia, Alemanha, França e Luxemburgo. Este impulsionamento está promovendo a Europa para o posto de líder mundial de emissões de títulos verdes.
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